A história do Sapateado no Brasil é muito carente e recente. Não temos bibliografia para pesquisas e as informações não são muito concretas. Sabe-se que a “técnica de ensino” do Sapateado realmente tenha aparecido no Brasil apenas por volta das décadas de 40/50.
Desde que esta arte se instalou por aqui, o desenvolvimento da técnica americana se manteve inicialmente em suas origens rítmicas “Jazzísticas”.
Há muito anos, quando o intercâmbio entre culturas não era tão facilitado como nos dias de hoje, com a utilização de mídias virtuais e tecnologia, tínhamos no Brasil uma comunidade muito pequena de sapateadores. Muitos profissionais foram responsáveis pela continuidade e propagação desta arte.
E, como somos um povo com a criatividade à flor da pele, conseguimos compor ritmos unindo duas culturas completamente diferentes e muito fortes em cada contexto. E assim, iniciamos a desenvolver o nosso Sapateado: o brasileiro. Ou seja, utilizar nossas linguagens rítmicas, nossa cultura, nossa história. Ainda temos um grande caminho pela frente.
Uma das grandes pioneiras nesta pesquisa é Valéria Pinheiro, com o grupo “Vatá” de Fortaleza. Bia Mattar também desenvolveu e desenvolve tal pesquisa à frente da “Cia Perc Pé – Sapateado e Percussão”. E hoje, estando à frente da “Cia Trupe Toe”, sigo neste caminho de desenvolver o nosso Sapateado.
A pesquisa atual desta bela arte é encontrar e adaptar a técnica do Sapateado americano, dentro de nossa linguagem rítmica, dentro do nosso corpo, da nossa cultura, da nossa interpretação. Revalidando a troca de influências e culturas. “O sincretismo que atravessou diversas diásporas é um dom que o Brasil atual pode oferecer para um mundo que é, ao mesmo tempo, globalizado e localizado.” (CANEVACCI, 1996, p. 8)
Marina Coura